Portos RS recepciona mais de mil passageiros do MS Marina

Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2019

Atracou neste domingo, 15, o transatlântico MS Marina, da empresa de cruzeiros Oceania Cruises. O navio é o segundo da temporada 2019/2020 de transatlânticos no RS, e atracou no Porto Novo, cais público do Porto do Rio Grande, no sul do Estado neste domingo, 15. Nesta temporada irão ocorrer seis paradas de navios de passageiros. A Superintendência dos Portos do RS recepcionou os turistas com artesanato local, apresentações gauchescas e ampla estrutura de guias, motoristas e intérpretes.

 

O transatlântico MS Marina é um dos maiores e mais luxuosos navios da frota da Oceania, e tem capacidade de transportar até 1250 passageiros e 800 tripulantes. O navio de passageiros tem 239 metros de comprimento e 32m de largura. Nesta viagem estão a bordo 1022 passageiros, provenientes de países como Espanha, Turquia, Argentina, Reino Unido, Ucrânia, Luxemburgo, Canadá, Indonésia, Rússia, Itália e Coréia. A grande maioria deles, porém, é dos Estados Unidos. O navio também está transportando 757 tripulantes.

 

O último porto que passou foi Porto Belo, em Santa Catarina. Ao seguir viagem, a embarcação fará parada em Punta Del Este, no Uruguai. O Porto do Rio Grande será o último em território brasileiro e o destino final é Buenos Aires. A embarcação realizou uma parada técnica, para cumprir tarefas aduaneiras de regularização dos passageiros em relação a sua saída do país. A embarcação atracou por volta das 8 horas da manhã, quando os passageiros desembarcaram para conhecer o centro histórico do Rio Grande, a cidade de origem portuguesa mais antiga do Estado. Na beira do cais, o CTG Raphael Pinto Bandeira, da Vila da Quinta, apresentou a cultura e a dança tradicionalista gaúcho.

 

A iniciativa da Superintendência dos Portos de prestar uma ampla gama de serviços em parceria com profissionais locais, como artesãos e guias de turismo é considerada positiva tanto pelos parceiros do Porto quanto pelos turistas que têm sido recepcionados. Segundo a artesã Carla Silva, do coletivo de artesãos Arte no Praça, que vem expondo seu trabalho para venda na exposição, a iniciativa é muito positiva. "Todos os trabalhos expostos nestas iniciativas possuem de alguma maneira relação e referência com a Cidade do Rio Grande, lembrando as belezas naturais da região e principalmente as questões históricas, que são tão ricas quanto importantes para os habitantes da cidade".

 

Os turistas destes navios ainda destacam questões estruturais faltantes como muito importantes para o desenvolvimento de um turismo receptivo em regiões como Rio Grande. Para o turista norte-americano Mark Anthony, de São Francisco, a estrutura para receber turistas no Brasil é prejudicada geralmente pelas dificuldades de comunicação. “O maior problema estrutural que eu tenho visto no Brasil sem dúvida é o fato das pessoas que trabalham no setor de prestação de serviços falarem somente o português na maioria dos lugares. As pessoas não se esforçam nem pra falar o inglês básico com você, desde motoristas de Uber até garçons de restaurantes caros. Outra coisa que me angustia é o fato de os moradores locais não terem interesse em falar com você sobre lugares históricos ou peculiares da própria região deles. O turismo do século XXI não é feito de consumismo, isso nós temos nos Estados Unidos. O turista que vem pro Brasil está à procura de experiências, do diferente, do histórico, do ecológico”, explica ele. Por isso, a Superintendência investe em manter sempre a disposição intérpretes bilíngues para auxiliar os serviços que estão disponíveis aos passageiros.

 

A parceria com os guias locais tem se mostrado um caminho promissor para o turismo na região. Conforme a coordenadora de turismo da empresa rio-grandina Guiasul, que realiza o turismo receptivo dos navios de passageiros, Amanda Cardoso, a formação contínua de mão de obra deveria ser fomentada e aprofundada: “Os turistas estrangeiros que desembarcam na cidade estão procurando informações, principalmente sobre a culinária local. O primeiro lugar que eles sempre querem ir é o mercado público, que é o lugar aonde eles acreditam que vão conseguir encontrar toda a estrutura cultural gastronômica da cidade. O turista que vem para Rio Grande está com certeza procurando o turismo histórico-cultural. É importante haver uma mobilização em conjunto onde todo mundo consiga mostrar o seu trabalho. O que falta aqui na cidade é mobilização coletiva: comércio e ensino para que os turistas consigam ser bem recebidos”, conclui ela. A GuiaSul é a empresa responsável por organizar os passeios de City Tour na cidade.

 

Ao longo da temporada ainda estão previstas mais quatro paradas de embarcações desse porte. O MS Marina volta a Rio Grande, com novos passageiros, no dia 20 de fevereiro. Já o Amadea deverá atracar no dia 16 de janeiro. O Amera deve chegar a Rio Grande no dia 29 de fevereiro. Por fim, o MS Insígnia chega no dia 07 de março, encerrando a temporada 2019/2020.

Texto: Tiago Appolinário
Revisão Final: André Zenobini
Fotos: Tiago Appolinário

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