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Quinta-feira, 03 de Janeiro de 2013
A Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG) e a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) firmaram, nesta quinta-feira (3), o convênio para o projeto Valoração dos Sedimentos de Dragagem do Porto do Rio Grande. Trata-se de uma tecnologia para a bioconversão dos sedimentos de dragagem, a qual permitirá o aproveitamento da areia e a produção de energia elétrica. Este projeto é inédito no mundo. O investimento da SUPRG é de aproximadamente R$ 600 mil.
O convênio assinado hoje pelo Superintendente do Porto do Rio Grande, Dirceu Lopes, e pelo reitor da FURG, João Carlos Brahm Cousin, visa a consolidação da tecnologia com a construção de uma planta piloto para o tratamento dos sedimentos de dragagem, tornando o Porto do Rio Grande pioneiro no uso deste processo e agregando valor às atividades portuária e de proteção ao meio ambiente.
Este trabalho será coordenado pelos professores Fabricio Santana e Christiane Ogrodowski da Escola de Química e Alimentos da FURG e executado no Laboratório de Controle Ambiental. De acordo com Santana, internacionalmente ainda existem poucos trabalhos a respeito da geração biológica de eletricidade. “Há uma organização internacional que estuda essa tecnologia, na qual nós somos o único grupo brasileiro a fazer parte. Porém, quando se fala em sedimento de dragagem no setor portuário com a utilização dessa tecnologia, realmente o Porto do Rio Grande torna-se pioneiro. É uma iniciativa inovadora”, explicou. Conforme ele, em 2009, parte dessa tecnologia foi eleita pela revista Time como uma das 50 maiores invenções daquele ano.
O Superintendente do Porto, Dirceu Lopes, destacou que a intenção desta gestão era trabalhar a inovação tecnológica no porto, com o intuito de resolver gargalos históricos, sendo o principal deles em relação ao depósito dos sedimentos de dragagem. A partir de 2011 o projeto foi retomado na SUPRG. “Nós não queríamos só financiar o projeto. O Porto do Rio Grande será sócio desse projeto”, salientou.
Conforme Lopes, atualmente os sedimentos são despejados a aproximadamente 31 km da área dragada e os recursos empregados para as dragagens são de cerca de R$ 52 milhões por ano. Sem a necessidade de deslocamento dos sedimentos, há uma economia de quase R$ 20 milhões. “Temos condições de estar na vanguarda das soluções tecnológicas. Rio Grande entra no cenário portuário mundial com essa tecnologia. Um grande investimento num processo tecnológico que vai modificar todo o conceito de dragagem do Brasil”, avaliou.
De acordo com o superintendente, a intenção é apresentar o projeto para a Secretaria de Portos da Presidência com o objetivo de nacionalizar essa tecnologia. Este projeto já foi aprovado pela Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Governo do estado do Rio Grande do Sul.
O Reitor da Furg ressaltou o fato da pesquisa já ter passado do estágio de laboratório para tornar-se uma pesquisa com resultados concretos, com a construção de uma planta piloto. “A universidade quando desenvolve uma pesquisa com tal abrangência e aplicação direta na comunidade, ela tem que se sentir muito satisfeita e muito bem porque está cumprindo com o seu papel que é detectar e trabalhar os problemas de forma a auxiliar o desenvolvimento da nossa região”.
Projeto
Conforme Santana, diferentemente de qualquer outra tecnologia biológica, esse processo envolve o transporte de elétrons para fora da célula dos microorganismos gerando eletricidade. Entretanto, a diferença é que esse microorganismo já foi encontrado no sedimento da dragagem no porto e já apresentou elevado potencial de energia elétrica. Essa tecnologia permite a utilização da matéria orgânica que está no sedimento para a transformação em eletricidade.
Após o projeto conceitual e a confirmação do estudo em pequena escala, este projeto recebe um aumento de escala. Segundo o professor, o objetivo agora é aumentar a densidade de potência e se chegar perto do que foi estimado no projeto conceitual, que envolve 5,8 megawatts hora de potência. “Essa potencialidade imaginando uma dragagem de manutenção é o equivalente a uma usina termoelétrica”, afirmou.
De acordo com Santana, esse primeiro ciclo tecnológico tem duração de um ano, onde serão realizados testes. Nesse período, será definido o sistema de separação da areia, silte, argila e a matéria orgânica. “O grande diferencial deste trabalho é a estruturação de um plano de negócios da tecnologia. Isso vai definir o quanto que o porto vai ganhar aplicando essa tecnologia e como podemos transferir essa tecnologia para os demais setores portuários”, disse.
Metodologia
Nos dois próximos meses será feita a aquisição dos equipamentos necessários para a construção da planta piloto e a instalação dos equipamentos. Após seis meses de estudo, será feito um seminário de avaliação. Serão realizadas também reuniões trimestrais de equipe técnica com a equipe do porto.
Além disso, os pesquisadores devem apresentar o projeto em seminários no exterior. “A comunidade internacional tem que conhecer esse projeto porque também precisamos receber questionamentos que nos levem a melhorar o processo. Não há uma planta piloto referente a sedimento de dragagem no mundo. Em Rio Grande, essa tecnologia será a maior planta piloto já existente”, enfatizou.
"Temos o compromisso de pensar o Porto do Rio Grande com visão estratégica e ousada de quem tem a consciência que uma ação desta coloca nosso Porto na vanguarda das resoluções de problemas históricos com inovação, ciência e tecnologia. Mais do que um simples financiamento de pesquisa é um investimento e um legado para os portos brasileiros. Um projeto economicamente viável e ambientalmente sustentável", afirmou Lopes.
Assessoria de Comunicação Social da SUPRG
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