A necessidade de um novo modelo de concessão para a malha ferroviária da região Sul foi o foco de uma reunião técnica realizada nesta terça-feira (8/7), em Florianópolis. O encontro contou com a presença dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de Santa Catarina, Jorginho Mello, além de representantes dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, técnicos da área de logística e secretários estaduais.

A Portos RS esteve representada pelo gerente de desenvolvimento e planejamento, Fernando Estima, que acompanhou a apresentação do estudo técnico, conduzida pelo governador Eduardo Leite, para subsidiar as discussões sobre o futuro da concessão. O material, elaborado por meio de consultoria especializada, foi disponibilizado aos demais estados como base para a atuação coordenada na defesa de melhorias para a infraestrutura ferroviária regional.

¿Esta consultoria tem o objetivo de contribuir tecnicamente para um novo modelo de concessão da Malha Sul. Nosso foco é assegurar que os investimentos retornem à região e que o modal ferroviário recupere sua importância na cadeia logística¿, afirmou Estima durante o encontro.

A concessão da Malha Sul, hoje operada pela empresa Rumo, está prevista para expirar em 2027. O contrato abrange 7,2 mil quilômetros de trilhos, dos quais apenas 921 estão operacionais no Rio Grande do Sul, após as enchentes de 2024. A empresa já sinalizou que pretende devolver parte da malha no estado, mantendo apenas trechos rentáveis, e propôs a antecipação da renovação por mais 30 anos. Governos estaduais demonstram preocupação quanto ao reinvestimento dos valores dessa devolução, estimados em até R$2,8 bilhões, e defendem que esses recursos permaneçam na região.

Entre os encaminhamentos da reunião, foi discutida a formação de um grupo técnico interestadual para acompanhar a modelagem da concessão e manter diálogo direto com o governo federal. Também foi proposta a criação de um fundo específico para garantir que os recursos da devolução sejam aplicados em projetos regionais de reestruturação da malha.

Para Fernando Estima, o momento é decisivo para reconfigurar a intermodalidade logística no Sul do país, promovendo a integração entre ferrovia, rodovia e hidrovia. ¿O transporte ferroviário é complementar e fundamental para tornar a cadeia logística mais eficiente e competitiva. A articulação entre os estados é essencial para assegurar um modelo de concessão que atenda ao interesse público e fortaleça a infraestrutura da região¿, concluiu. 

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